outubro 19, 2006

Anita Garibaldi???


Eu pensei muito se deveria escrever este post, já que o que me motivou a iniciar o blog foi minha viagem para o Canadá. Galera, eu não vou conseguir escrever somente sobre o Canadá ou fatos relacionados a viagem.
Meu nome é Ana Paula, mas gosto de me chamar Anita, embora poucas pessoas saibam disso. Mas o que tem me chamado atenção nos últimos dias é que alguns leitores, especialmente homens, me questionam o porquê de Anita citando quase que instantaneamente a minissérie da Rede Globo Presença de Anita. Nada contra a personagem vivida pela bela atriz Mel Lisboa. Mas o interessante vem depois, quando eu respondo que se fosse me inspirar em alguém seria em Anita Garibaldi. Sabe qual é a surpresa? Poucas pessoas sabem quem foi Anita Garibaldi, mesmo que ja tenham ouvido falar qualquer coisa sobre essa tal Anita, não sabem o que ela significa na história do Brasil, nem sequer o que foi a Revolução Farroupilha na qual Anita Garibaldi lutou com uma bravura invejável.
Mas não pretendo recontar a história da Proclamação da República Rio grandense, da Legião Italiana no Uruguai nem da Unificação da Itália, em todas essas revoluções Anita esteve presente, mas o que me chama atenção nessa mulher é a força. Ela foi claro, soldado, mas também enfermeira, esposa e mãe. E antes disso tudo, foi casada com um homem a quem não amava e o deixou em nome de um amor avassalador por Giuseppe Garibaldi. Segundo algumas cartas que Anita escrevia para a irmã, ela foi obrigada a se casar muito jovem com um sapateiro, tinha uma vida monótona, não podia expressar seus ideais de justiça e acredito eu, nem ela mesma sabia que dispunha de tanta coragem.
Quando Ana conhece Giuseppe tudo muda, ela abandona o marido, abraça a Revolução Farroupilha e o amor por um homem que durou até o dia de sua morte. Passou a lutar bravamente ao lado dele, e tenho a impressão que ela era um tanto insubordinada, afinal mesmo grávida ela ia para as batalhas. Teve uma ocasião em que foi presa pelos imperiais, mas como não sabia se Giuseppe estava vivo, fugiu disfarçada de homem, atravessou um rio a cavalgou por aproximadamente oito dias pra chegar num acampamento Farroupilha, onde pode constatar que seu homem, mesmo ferido, ainda estava vivo. Mas ainda não está aí o que mais admiro nela, e sim no fato dela não fraquejar nunca. Tudo isso aconteceu por volta de 1836, imaginem o que significou para a sociedade na época, uma mulher (quase uma menina) abandonar o esposo para se aventurar com um revolucionário estrangeiro, cavalgar e lutar como um homem e viver dentro de acampamentos cheios de soldados, entre eles negros, e prostitutas. Chamaram-na de adúltera e vagabunda, e ela pelo jeito dava de ombros.
Quero abrir um parênteses aqui, pra falar de algo que mudou minha opinião sobre "nós" brasileiros. Giuseppe Garibaldi por diversas vezes, inclusive quando ditou sua biografia, refere-se ao soldados brasileiros (os farrapos) como os melhores cavaleiros e mais bravos homens com quem lutou lado a lado. Disse que muitas vezes, em outras revoluções, precisou de homens como o que tinha conhecido no Rio Grande do Sul. Isso é pra se pensar!!!!
Voltando a Anita, eu e muitas mulheres poderíamos nos inspirar nela. Sim, porque me vejo fraca e insegura muitas vezes, porque me preocupo com a opinião dos outros sobre mim, porque demoro pra tomar algumas decisões, as vezes nem consigo tomá-las. E muitas mulheres, que nos dias de hoje, que sem amor se refugiam em casamentos vazios e sem graça, que tem medo de serem livres pois a sociedade ainda recrimina o divórcio, a liberdade de expressão, a luta por um ideal, a falta de padrão e valores rígidos, as opções de vida e sexual.
"Era Anita a mãe dos meus filhos, a companheira da minha vida nas boas e nas más horas, a mulher cuja coragem tantas vezes desejei fosse minha."
(Giuseppe Garibaldi)

Um comentário:

Anônimo disse...

Oiiiiiiii!!!!!!!
Td bem com a sra. Anita??????
Bom..... Espero, um dia, chegar a ser uma Danielita....!!!! Hihihihihi!!!
Espero q esteja td bem com vc aí!
Se cuida!!!
Bjinho!